Obesidade Mental

Obesidade
mental

 O prof.
Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard, publicou em 2001 o seu
polêmico livro “Mental Obesity”, que revolucionou os campos da educação,
jornalismo e relações sociais em geral.

Nessa
obra introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior
problema da sociedade moderna.


apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de
gordura física  decorrente de uma alimentação desregrada.  É hora de refletir
sobre os nossos abusos no campo da informação e do conhecimento, que parecem
estar dando origem a problemas tão ou mais sérios do que a barriga proeminente.
"

Segundo
o autor,  "a nossa sociedade está mais sobrecarregada de preconceitos do que de
proteínas;  e mais intoxicada de lugares-comuns do que de hidratos de
carbono.

As
pessoas se viciaram em estereótipos, em juízos apressados, em ensinamentos
tacanhos e  em condenações precipitadas.

Todos
têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. "

"Os
‘cozinheiros’ desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas, os
articulistas, os editorialistas,  os  romancistas, os falsos filósofos, os
autores de telenovelas e mais uma infinidade de outros  chamados ‘profissionais
da informação’".

"Os
telejornais e telenovelas estão se transformando nos hamburgers do espírito. As
revistas de variedades e os livros de venda fácil são os “donuts” da imaginação.
Os filmes se transformaram na pizza da sensatez."

"O
problema central está na família e na escola. "

"Qualquer pai responsável sabe que
os seus filhos ficarão doentes se abusarem dos doces e chocolates. Não se
entende, então, como  aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por
desenhos animados, por videojogos que se aperfeiçoam em estimular a violência e
por telenovelas que exploram, desmesuradamente, a sexualidade, estimulando, cada
vez com maior ênfase,  a  desagregação familiar, o homossexualismo, a
permissividade e, não raro, a promiscuidade.

Com uma
‘alimentação  intelectual’ tão carregada de adrenalina, romance, violência e
emoção, é possível supor  que esses jovens jamais conseguirão viver uma vida
saudável e regular".

Um dos
capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado "Os abutres",
afirma:

"O
jornalista alimenta-se, hoje,  quase que exclusivamente de cadáveres de
reputações, de detritos de escândalos, e de restos mortais das realizações
humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e
manipular."

O texto
descreve como os "jornalistas e comunicadores em geral se desinteressam da
realidade  fervilhante, para se centrarem apenas no  lado polêmico e
chocante".

"Só a
parte morta e apodrecida ou distorcida da realidade é que chega aos
jornais."

"O
conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. 

Todos 
sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi
Kennedy.

Todos 
dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para quê ela
serve.

Todos
acham mais cômodo acreditar que Saddam é o mau e Mandella é o bom, mas ninguém
se preocupa em  questionar o que  lhes é empurrado goela abaixo como
"informação".

Todos
conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um
“cateto.”

Prossegue o
autor:

"Não
admira que, no meio da prosperidade e da abundância, as grandes realizações do
espírito humano estejam em decadência.

A
família é  contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura 
banalizou-se e  o folclore virou "mico". A arte é fútil, paradoxal ou 
doentia.

Floresce, entretanto,  a
pornografia, o cabotinismo (aquele que se elogia), a imitação, a sensaboria (sem
sabor) e o egoísmo.

Não se
trata nem de uma era em  decadência, nem de uma ‘idade das trevas’ e nem do fim 
da civilização, como tantos apregoam. "

"Trata-
se, na realidade, de uma questão de obesidade que vem sendo induzida,
sutilmente,  no espírito e na mente humana. O homem moderno está adiposo no
raciocínio, nos gostos e nos sentimentos.

O mundo
não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta
mental."

 

                              
(Autor desconhecido)

 

Inversão de Valores

INVERSÃO DE VALORES- CARTA DE UMA MÃE PARA OUTRA MÃE (VERÍDICO)
 
 
Assunto: Inversão de valores

Carta enviada de uma mãe para outra mãe em SP, após noticiário na tv:
De mãe para mãe...

Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão
contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM
em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.
Vi você
se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e
das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes
decorrentes daquela transferência.
Vi também toda a cobertura que a mídia deu
para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma
situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades
de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc…
Eu também sou mãe e, assim, bem
posso compreender o seu protesto.
Quero com ele fazer coro.
Enorme é a
distância que me separa do meu filho.
Trabalhando e ganhando pouco, idênticas
são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo.
Com muito
sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados,
para auxiliar no sustento e educação do resto da família.
Felizmente conto
com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de
amigo e conselheiro espiritual.
Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele
jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo locadora, onde
ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.
No
próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no
seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde
túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo…
Ah! Ia me esquecendo: e
também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? que eu
estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última
rebelião da Febem.
No cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum
representante destas ‘Entidades’ que tanto lhe confortam, para me dar uma
palavra de conforto, e talvez me indicar ‘Os meus direitos’ !’

Faça circular este manifesto! Talvez a gente consiga
acabar com esta inversão de valores (falta de vergonha na cara) que assola o
Brasil.

Direitos
humanos, são para humanos
direitos!!!

Como Funcionam os Sonhos

Introdução

sonhos

Nossos sonhos combinam estímulos verbais, visuais e emocionais em uma série de histórias fragmentadas e, às vezes, sem sentido, porém sempre muito interessantes. Às vezes, podemos até mesmo resolver problemas em nossos sonhos. Muitos peritos não chegaram a um acordo sobre qual deve ser o propósito de nossos sonhos. Será que eles são somente impulsos cerebrais ou nosso cérebro está realmente trabalhando em questões da nossa vida cotidiana enquanto dormimos, como se fosse um tipo de mecanismo de imitação? Será que deveríamos nos preocupar até com a interpretação dos nossos sonhos? A resposta é sim! Temos muito o que aprender com eles.

Neste artigo, vamos falar sobre as principais teorias dos sonhos, desde a visão de Freud até as hipóteses que afirmam podermos controlar nossos sonhos. Vamos descobrir o que os cientistas dizem que está acontecendo em nosso cérebro quando sonhamos e por que temos dificuldade para lembrar de nossos sonhos. Vamos falar sobre como você pode tentar controlar seus sonhos, tanto sobre o que está sonhando quanto o que vai fazer quando estiver sonhando. Vamos também descobrir o que os especialistas em sonhos dizem sobre o significado de cenários específicos. Sonhar que está no trabalho nu não significa o que você deve estar pensando!

Talvez sonhar
Filosofia do sonho

De acordo com Nietzsche, na época inicial da cultura, o homem acreditava que estava descobrindo um segundo mundo real no sonho, e a partir daí começou a origem de toda a metafísica. Sem sonhos, os humanos nunca teriam motivo para inventar essa divisão do mundo. A separação da alma e do corpo segue a mesma linha de interpretação de sonhos; assim como a idéia do corpo separado da alma, de onde surgiram todas as crenças em fantasmas e provavelmente em deuses também.

Por séculos, tentamos imaginar por que nossos cérebros exibem esses "shows noturnos" para nós. As civilizações antigas achavam que o mundo dos sonhos era real, o mundo físico que podia entrar somente a partir de seu estado de sonho. Os pesquisadores continuam discutindo muitas teorias sobre os sonhos. Estas teorias se dividem em duas categorias:

A idéia de que os sonhos são apenas estímulos fisiológicos.
A idéia de que os sonhos são uma necessidade psicológica.

A divisão teórica

As teorias fisiológicas são baseadas na idéia de que sonhamos para exercitar várias conexões neurais que alguns pesquisadores acreditam afetar certos tipos de aprendizagem. As teorias psicológicas são baseadas na idéia de que sonhar nos permite pôr em ordem problemas, acontecimentos do dia ou coisas que necessitam muito da nossa atenção. Alguns desses teóricos acham que os sonhos podem ser proféticos. Muitos pesquisadores e cientistas também acreditam que talvez haja uma combinação das duas teorias. Na próxima seção, vamos dar uma olhada em alguns dos principais teóricos de sonhos e o que eles dizem sobre por que sonhamos.

Teorias sobre o sonho

Sonhar em público

Durante a Era Romana, alguns sonhos eram submetidos ao Senado para análise e interpretação.
A primeira e principal teoria do sonho é a de Sigmund Freud. Pertencentes ao campo da psicologia, as teorias do Dr. Freud são baseadas na idéia de desejo reprimido, os desejos que não somos capazes de expressar em um ambiente social. Os sonhos permitem que a mente, inconscientemente, aja naqueles pensamentos e desejos inaceitáveis. Por esta razão, esta teoria sobre sonhos foca principalmente em desejos sexuais e simbolismo. Por exemplo, qualquer objeto cilíndrico em um sonho representa o pênis, enquanto uma caverna ou um objeto fechado com uma abertura representa a vagina. Portanto, sonhar com um trem entrando em um túnel representaria uma relação sexual. De acordo com Freud, este sonho indica uma vontade sexual reprimida. Freud viveu durante a era da repressão sexual vitoriana, o que, de alguma maneira, explica seu foco. Ainda assim, ele uma vez comentou que "Às vezes, um charuto é só um charuto."

Carl Jung era discípulo de Freud, mas logo viu que suas idéias diferiam bastante, por isso resolveu seguir seu próprio caminho. Ele concordava com a origem psicológica dos sonhos, mas ao invés de dizer que os sonhos se originavam de nossas necessidades primárias e desejos reprimidos, ele considerava que os sonhos nos permitia refletir sobre nossos "eus" e resolver nossos problemas ou examinar questões.

Mais recentemente, por volta de 1973, os pesquisadores Allan Hobson e Robert McCarley estabeleceram uma outra teoria que descartava as velhas idéias psicanalíticas. A pesquisa deles sobre o que estava acontecendo no cérebro durante o sono lhes deu uma idéia de que os sonhos eram simplesmente o resultado de impulsos elétricos aleatórios que puxavam imagens dos traços de experiência armazenadas na memória. Eles criaram a hipótese de que essas imagens não formam histórias que lembramos como nossos sonhos. Ao invés disso, nossas mentes despertas, numa tentativa de fazer com que as imagens tenham sentido, cria histórias sem nós mesmos percebermos, simplesmente porque o cérebro quer dar sentido ao que ele experimentou. Esta teoria, conhecida como a hipótese da síntese-ativação, criou uma grande abertura na área da pesquisa dos sonhos, resistiu ao teste do tempo e é ainda uma das teorias de sonhos mais aceitas.
Vamos dar uma olhada um pouco mais a fundo no que realmente acontece no cérebro quando dormimos.

Permissão

"Peço permissão para chorar...Peço permissão para sentir
raiva...Solicito àqueles que julgam que me deixem em paz...Que por
gentileza coloquem suas próprias vidas no banco dos réus e vivam seus
próprios pecados. Encubam-se de matar seus próprios demônios e me
deixem matar os meus da forma que preferir.Saiam da hipocrisia, da
mesmice e da tentativa de definir a perfeição ideológica de se viver. E
que sejam felizes...Que procurem aprender com seus próprios erros e não
por meio daqueles que procuram acertar.Peço permissão para ser
autêntico seja lá o que isso signifique...E digo isso porque, se a
tentativa de ser feliz é algo errado, não sou humano com muito
prazer.Amenizem o sofrimento daqueles que estão sofrendo em vez de
procurar vivê-los também...Olhem à sua volta e procurem seus próprios
caminhos. Odeiem e amem com a mesma intensidade.Caminhem com suas
próprias pernas, sem que precisem usar outras vidas como uma bengala,
pois se ela em algum momento quebrar, cairão com o risco de não mais se
levantar.Que não tragam pena muito menos compaixão, mas que tragam
respeito...Que não duvidem da força alheia, pois se arrependerão."Eu
estou vestido com as roupas e as armas de São Jorge,Para que meus
inimigos tenham maõs e não me toquem,Para que meus inimigos tenham pés
e não me alcacem,Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam,E
nem mesmo o pensamento eles possam ter para me fazeram mal,Armas de
fogo meu corpo não alcançarão,Facas e espadas se quebrem sem o meu
corpo tocar,Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar,Eu
estou vestido com as roupas e as armas de São Jorge.

Ser ou não Ser Normal?

NORMOSE:
 
Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal .
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito ‘normal’ é magro, alegre, belo ,sociável, e bem-sucedido. Quem não se ‘normaliza’ acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias ,depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento .A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem.
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha ‘presença’ através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos.
Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês?
Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu ‘normal’ e jogaram fora a fórmula,não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Martha Medeiros ( 05.08.07)-Jornal Zero Hora-P.Alegre-RS
 
"Podemos converter alguém pelo que somos, nunca pelo que dizemos." Huberto Rohden (1893 – 1981), filósofo e educador catarinense

 

Reflexões Espirituais

 

REFLEXÕES ESPIRITUAIS – TOQUES DOS INICIADOS

          (Na Balada Extrafísica com os mentores Espirituais)

 

          – Por Wagner Borges –

 

No centro da noite, escuto um chamado sutil.

          Vêm do alto e entra pelo topo de minha cabeça.

          E vai direto ao meu peito…

          É silencioso, mas eu o escuto com o coração.

          É portentoso e, ao mesmo tempo, simples.

          Relaxo a mente e as emoções, e fico quietinho.

          Então, de espírito a espírito, capto os toques dos Iniciados:

 

          1. Violência é doença! A cura é a meditação serena.

          2. Quem semear, colherá!

          3. Com trevas no coração, como alcançar o Samadhi? (1)

          4. Objetivos levianos sempre atraem realizações tacanhas.

          5. Carregar a luz em si mesmo não é tarefa para fracos de espírito.

          6. Coração escuro atrai situações e entidades trevosas.

          7. Espiritualidade é ação. Não é discurso. É estado de consciência.

          8. Reunião espiritual não é ponto de encontro social!

          9. A quem muito é dado, muito será cobrado. Conhecimento demanda responsabilidade.

          11. Quem quer voar espiritualmente, que largue as correntes do medo.

          12. Quem quer ir para o Alto, que se deite no leito pensando no Alto!

          13. Semelhante atrai semelhante. Quem procura, acha!

          14. Quem esquece a lanterna, perde-se na escuridão da noite.

          15. Quem esquece o discernimento, tromba feio com as trevas.

          16. Muitos se deitam em leitos com lençóis brancos e macios, porém, com a aura (2) suja e com presenças invisíveis muito escuras agarradas neles.

          17. Se a prece é de coração, tudo que é trevoso se afasta.

          18. Aparência externa engana muito. Mas as energias revelam o que cada um é. Na luz, o real sempre aparece.

          19. Anda na beira do abismo quem se deixa levar pela raiva.

          20. O Invisível é a origem de todo visível. Quem ama, sabe!

          21. Liberdade não é fazer tudo que se quer. É saber viver em equilíbrio e bem consigo mesmo.

          22. Quem é da luz, respeita as trevas. Mas não se mete com elas.

          23. Grandes enganadores sempre pagam um preço alto: também acabam enganando a si mesmos, até mesmo pela força do hábito.

          24. Bons estudantes espirituais não fazem por menos: jamais se deitam sem erguer os pensamentos ao Alto. E, quando acordam, fazem o mesmo.

          25. O homem não é poderoso para deter a corrente do tempo e o desgaste natural do seu veículo físico. Então, de onde vem sua arrogância?

          26. Quem pondera, descobre o essencial: é só o Supremo que sabe o tempo certo de cada um. O Poder real é o d’Ele.

          27. As grandes provas estão nas coisas simples da vida. E os grandes mestres são simples, como a vida…

          28. Bons estudantes espirituais não fazem por menos: não reclamam das provas do caminho. E tiram lições delas, para seguir em frente com mais sabedoria…

          29. Se alguém tiver ódio de alguém, não é da luz, pois seu coração escuro o liga a outras coisas trevosas.

          30. Quem bate, é fraco de caráter. Forte é quem ama e compreende.

         

          No centro da noite, eu medito e aprendo.

Sondo o meu coração e pondero.

          E sinto várias presenças invisíveis, serenas e amigas, me saudando.

          E, por incrível que pareça, elas me agradecem por eu ter escrito.

          E eu também agradeço a elas, por me passarem reflexões tão legais.

          Então, elas e eu agradecemos juntos ao Supremo, por tudo.

          E a noite se ilumina, na graça do Todo que está em tudo.

         

          P.S.: Às vezes, quem está no meio da multidão agitada, está mais só do que imagina. E quem aparentemente está só, mas na Luz, está mais acompanhado do que pensa, pois sente-se ligado a miríades de seres luminosos pelo espaço infinito…

          Na noite das baladas, onde homens e mulheres e espíritos infelizes se engalfinham energeticamente, sedentos de sensações alienantes na atmosfera escura da grande metrópole de aço e concreto, onde o Grande Arquiteto Do Universo também me colocou para viver, aprender e trabalhar, eu escutei um chamado sutil para uma outra balada, em espírito.

          E minhas companhias de balada consciencial são o sábio Sanat Khum Maat e o grupo extrafísico dos Iniciados (3). É com eles que vou viajar espiritualmente (4) daqui a pouco, logo que deitar a carcaça no leito.

          E, graças a Deus, não estão limpos apenas os lençóis da cama, mas a aura também (5). E eu vou me deitar pensando no Alto, como deve ser…

 

          (Esses escritos são dedicados aos meus amigos Victor Hugo França, Maísa Intelisano, Fernanda Lopes, Marisa, do espaço Origens, Luis Fernando Mingrone, o Enki, Ana Lahis Tano, e Patrícia, que são trabalhadores da luz e companheiros firmes de fé e de jornada – e a Vivian, linda moça, com coração e mãos de luz, a quem agradeço pela luz rosada e pelo carinho enviados a mim.)

          De coração a coração, em espírito e verdade, que a balada dos mentores espirituais possa iluminar suas consciências e também fortalecê-los na jornada, humana e espiritual.

 

          Paz e Luz. São Paulo, 09 de agosto de 2008.

 

Cronica da Loucura

Crônica da Loucura"

O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.

Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal. O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silencio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.
Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo.E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:
Na última quarta-feira, estávamos: (1)eu, (2)um crioulinho muito bem vestido, (3) um senhor de uns cinqüenta anos e (4)uma velha gorda.Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. (2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para leva-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam ou conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
(3 )E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno mansosempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas.Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual?Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.
(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista. Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera. Ele ri, ri muito, o meu psicanalista e diz: "(2) O Ditinho é o nosso office-boy. (3) O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades. (4) E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe. E (1) você, não vai ter alta tão cedo…"

AUTOR – Luis Fernando Verrissimo

Exreaído do Peregrino Místico

Que Sou Eu?

QUE SOU EU?

Pergunta: Nasci com um certo temperamento, um certo padrão psicológico
e físico, qualquer que seja a sua razão de ser. Esse padrão se torna o
principal fator da minha vida. Domina-me de maneira absoluta. Minha
liberdade, dentro do padrão, é muito limitada, visto que a maioria das
minhas reações e impulsos são rigidamente predeterminados. Posso
quebrar a tirania desse fator genético?

Krishnamurti: Expressando a mesma coisa, de outra maneira: Estou preso
num padrão social, hereditário, ambiental, ideológico, quer seja o
padrão dos meus pais, quer seja o da sociedade que me rodeia. Estou
tolhido por um padrão, e a questão se cinge em saber como o poderei
quebrar. Sou o resultado do meu pai e da minha mãe, biologicamente,
fisicamente. Sou o resultado das crenças, dos hábitos, dos temores dos
meus pais, os quais criaram a sociedade que me circunda. Meus pais,
por sua vez, foram o resultado dos seus pais, com o seu ambiente
social, físico, psicológico, e assim, retrospectivamente,
infinitamente, sem começo. Toda pessoa está presa dentro de um padrão
de existência, e eu sou o resultado de todo aquele passado – não
apenas o meu passado próprio, mas todo passado da humanidade. Sou,
afinal de contas, o filho de meu pai. Sou o resultado do passado,
modificado, em conjunção com o presente. Não estamos aventando a
questão da reencarnação, que é uma mera teoria. Estamos apenas
examinando o que realmente é. Minha existência é resultado do meu
passado, sendo o meu passado o resultado da existência de meu pai. Sou
produto do tempo, sou o passado atravessando o presente para se tornar
o futuro. Sou o resultado de ontem, que é o hoje a tornar-se amanhã.

Ora, posso sair desse processo do tempo, isto é, posso quebrar o
padrão que meu pai e eu mesmo criamos? Não sou diferente de meu pai;
sou meu pai, modificado. Isto é, exatamente, o que é. Mas, se começo a
traduzir o que é, se admito, por exemplo, a idéia de que sou a alma,
uma entidade espiritual, penetro então num domínio de todo diferente.
Não é isso que nos interessa, por ora – trataremos desta questão
quando entrarmos no problema relativo à alma, à continuidade, à
reencarnação. O problema, por enquanto, é: Posso eu, que sou
condicionado – não importa se pela esquerda ou pela direita – posso eu
sair desse condicionamento?!

Que é que vos condiciona? Que é que limita o pensamento? Que é que
cria o padrão em que estais presos? Se cesso de pensar, não existe
padrão algum. Isto é, eu sou o pensador, meus pensamentos são o
resultado de ontem; eu reajo a todo estímulo novo de acordo com o
padrão de ontem ou do segundo que acaba de passar; e posso eu, cujo
processo de pensamento é resultado de ontem, deixar de pensar em
termos de ontem? Estou apenas explicando o problema de modo diferente,
e vós mesmos encontrareis a sua solução num minuto. Meu pensamento
está condicionado, porque qualquer reação procedente do estado de
condicionado cria mais condicionamento; toda ação resultante do estado
de condicionamento é ação condicionada, que, por conseguinte, dá
continuidade ao estado condicionado. Logo, para dele sairmos,
precisamos estar livre do processo de pensar – mas não se deve
entender que eu esteja sugerindo isso como um meio de fuga. A maioria
das pessoas procura fugir porque a vida lhes é muito premente, muito
forte, muito exigente. Não estou propondo uma dessas fugas; estou
apenas a pedir-vos para que olheis para a verdade contida no problema.
Podeis ficar livres do processo de pensar? Pode ocorrer uma revolução
completa no pensar – não de acordo com o antigo padrão, o que seria
uma continuação do velho, com valores modificados – mas uma
transformação completa, uma quebra total do que é? Visto que sou o
produto de ontem, a liberdade, evidentemente, não está no mesmo nível
em que estou, o qual é uma mera continuação do ontem. Assim sendo, só
poderei sair do padrão quando houver a cessação do pensar.

Estamos apenas encarando o problema, e não buscando uma solução.
Porque a solução está contida no problema, e não fora dele. Se
compreenderdes o problema, encontrareis a solução nele próprio; mas
quando buscais uma solução e a não encontrais, ficais perturbado.
Estais à espera de que eu vos diga como se sai do padrão. Não vou
dizer-vos como se sai dele; nenhuma significação teria o dizê-lo,
porque em tal caso deixaríeis de acompanhar o problema. Queríeis que
eu vos dissesse o que deveríeis fazer, e por isso estais agora muito
perturbado. Não vos digo o que deveis fazer, uma vez que basta
compreender o problema para que ele desapareça. Quando vedes uma
serpente e sabeis que ela é venenosa, não existe problema algum,
existe? Sabeis como proceder – não tocá-la, afastar-se, ou fazer
qualquer outra coisa. Identicamente, é necessário que compreendais de
maneira completa este problema; mas não o estais fazendo. Eu o estou
fazendo no vosso lugar, e vós estais meramente a escutar-me.
Precisamos compreender o problema, e não perguntar como resolvê-lo.
Quando compreendeis o problema, ele mesmo vos revela a solução. Sois
como um colegial em exame. Ele não lê o problema cuidadosamente: quer
a solução; e por isso falha. Mas, se lê o problema com todo o vagar,
com todo o cuidado, considerando-o sob todos os aspectos, encontrará a
solução, ou, antes, a solução se lhe revelará.

De modo idêntico, vós estais encarando este problema com o desejo de
uma solução. Julgo que não percebeis a beleza nele contida.
Provavelmente estais cansados, senhores.

Voz do auditório: Não.

Krishnamurti: Sim, senhores, estais cansados. Eu vos direi porque.
Tudo isso é provavelmente muito novo para vós, nem o pode deixar de
ser, pois é uma maneira de toda nova de considerar; estais um pouco
perturbados, e quando estamos confusos ou perturbados, a nossa mente
divaga. Posso continuar; é minha tarefa; mas eu fiz isso, não falo
apenas. Enquanto, no vosso caso, senhores, se me permitis dizê-lo, vós
não estais estudando o problema. Eu o formulei por maneiras
diferentes, mas vós não quereis seguí-lo. Estou simplesmente apontando
o que é, – o problema. Mas não estais interessados em estudar o que é.
Estais esperando pelo resultado, ao passo que eu não tenho interesse
pelo resultado.

Eu quero a coisa como ela é – por isso encontrei a solução.

Permiti-me, pois, tornar a pedir-vos que estudeis o problema, e que
não procureis uma solução. Vede, por favor, a importância que isso
tem: procurar uma resposta, uma solução, não significa compreender o
problema; e se não compreendeis o problema, não haverá solução para
ele. O problema está aqui, e vós procurais a solução ali, o que
significa que desejais uma solução conveniente, lisonjeira. Mas se
encarardes o problema com todo o vosso cuidado, aplicando-lhe toda a
vossa inteligência, percebereis, então, a sua beleza, e o resultado é
maravilhoso.

O problema, pois, consiste no seguinte: meu pensamento está
condicionado, fixado num padrão; e a qualquer estímulo, que é sempre
novo, o meu pensamento só pode reagir de acordo com o seu
condicionamento, transformando o novo no velho, modificado. Desta
maneira, o meu pensamento nunca pode ser livre. Meu pensamento, que é
produto do ontem, só é capaz de reagir nas mesmas condições de ontem,
e quando ele indaga "Como posso passar além?" está fazendo uma
pergunta errônea. Porque, quando o pensamento tenta superar o seu
próprio condicionamento, dá continuidade a si mesmo, sob forma
modificada. Por conseqüência, há falsidade nessa pergunta. Só há
liberdade quando não existe condicionamento; mas para que haja
liberdade, deve o pensamento ficar cônscio da sua condição, e não
tentar tornar-se diferente do que é. Se o pensamento diz: "Preciso
libertar-me do meu condicionamento", nunca o conseguirá; pois, o que
quer que faça é sempre a sua própria rede, prolongada ou modificada. O
pensamento só pode fazer uma coisa para ser livre: cessar. Sem dúvida,
sempre que o pensamento está ativo, está condicionado, é continuidade,
modificada por uma reação condicionada. Por esse caminho não
encontraremos saída alguma do nosso condicionamento. Por conseguinte,
só existe um caminho, o qual é vertical, o qual é direto: cessar o
pensamento.

Mas, pode o pensamento cessar? Que é pensar? Que entendemos por
pensar? Entendemos por pensar a reação da memória. Estou-me
expressando por maneira muito simples. Não desejo complicar o
problema, já de si mesmo muito complexo. Pensar é reação da memória; e
que é memória? Memória é o resíduo da experiência. Isto é, quando se
nos apresenta um estímulo, o pensamento de ontem, que é memória, reage
a esse estímulo, e por conseguinte esse estímulo não é compreendido
perfeitamente, porém interpretado através da cortina de ontem. Assim,
pois, aquilo que não é compreendido deixa um vestígio, a que chamamos
memória. Já não notastes que, quando compreendestes alguma coisa,
quando esgotastes uma conversa, quando ela ficou terminada, não resta
vestígio algum? É só o ato incompleto, quer verbal, quer físico, que
deixa vestígio. A reação desse vestígio, que é memória, chama-se
pensar. Ora, pode haver um estado no qual não existe o ontem, isto é,
pode haver um estado em que não haja tempo, em que não haja pensamento
que seja o produto do ontem? O pensamento condicionado, que procura
modificar ou transformar a si próprio, apenas continua o estado
condicionado. Isso é bastante óbvio. Pensar é reação da memória, o que
também é bastante óbvio. E a memória é o produto da imperfeita
compreensão da experiência, do estímulo. A imperfeita compreensão da
existência é a causa da memória. Quando fazeis uma coisa
integralmente, com todo o vosso ser, não fica resíduo algum da
memória; mas quando o resíduo produz a reação, a essa reação chamamos
pensar. Esse pensar é condicionado, e esse condicionamento só pode
terminar quando o ato é completo. Enfrentais, então, todas as coisas
de maneira nova.

Como enfrentar as coisas de maneira nova? Como enfrentar a vida, a
existência por maneira nova, independente do tempo? Esta é uma nova
questão, não é verdade? É a questão que surge da presente pergunta. Ao
apresenta-vos esta nova questão, qual é a vossa reação? Se vossa
reação é também nova, estais então passivamente cônscio, alertado,
vigilante. Esse estado é atemporal. Nesse estado, em que enfrentais
todas as coisas com passiva vigilância, percebimento, não existe o
tempo; dá-se uma experiência direta, o estímulo é compreendido
diretamente; por conseguinte, há liberdade de pensar. E essa liberdade
é eterna; ela existe agora, e não amanhã.

O Homem Simples

O Homem Simples

 

Por João Coutinho

 

A linguagem do mundo antecede a leitura da palavra. O simples revela  linguagens mágicas, matemática e filosófica e nem sempre entendida e interpretada da melhor maneira. A natureza fala conosco, a leitura do mundo, e quando damos as costas e não escutamos o som da palavra, analfabetos e iletrados da vida que somos, encontramos a destruição, a desolação e o sofrimento.

Mas como podemos transformar algo ou alguém se, primeiramente não é fácil permitir a transformação de nós mesmos? Será então que estamos condenados a viver numa eterna vida de explicações, murmurando algo em sinal de lamentação ao Deus em conformação aos atos e atitudes que acreditamos ser o ideal? Bem aventurados sejam os céticos que não precisam culpar e nem rogar a seres divinos pela própria incompetência e bem aventurados sejam os crentes, pois tenta buscar um consolo, uma força que reúne as mentes de bom coração para confortar e elevar para, quem sabe, algo mais que ofereça um alivio ao espírito humano pelos fracassos.

A vida conta à história de homens simples como Buda, Cristo, Zoroastro e Confúcio que por um ponto de vista pedagógico fracassaram. Tomamos um exemplo, a história de Jesus, independente da crença de sua existência, Jesus aparece como um Mestre de doze alunos escolhidos por ele que os ensinava em período integral em torno de três anos, formando-os em doutores da Lei e do amor, diferentemente que um mestre e um professor comporta hoje, e pior, os alunos de hoje não são escolhidos por estes professores e das quais muitos deles nem sabem o que estão fazendo ali. Dos doze alunos de Jesus, um foi reprovado e, os outros onze, ficaram em recuperação, pois fugiram e nem reconheceram seus ensinamentos quando perguntados.

O Mestre Jesus teve que voltar novamente para ensinar algo mais. Destes onze, alguns não seguiram seus ensinamentos e voltaram a vidinha normal que possuíam, outros timidamente falavam do que aprenderam para uma pequena comunidade, entrando logo para o esquecimento, enquanto poucos continuaram com seus ensinamentos, mas não foram reconhecidos e chamados de apócrifos. Apareceu um outro aluno que mesmo cego e quase morto foi ensinado por poucos dias e logo foi declarado o substituto do aluno reprovado.

Do ponto de vista pedagógico, o homem que a história chama de Jesus fracassou com seus alunos. Seus ensinamentos não foram totalmente absorvidos e mais tarde deturpados por interesses escusos. Este homem simples como tantos outros mestres da humanidade, independente do julgamento de qualquer crença, só queria ensinar o simples, a universalidade das línguas através da compreensão da natureza e do amor.

Mas nem sempre as histórias de sofrimentos trouxe uma lição de amor e humildade, em certos casos, o sofrimento foi subjugado pelo ódio e transformou homens em animais. A animália, onde transforma o homem no mais escroto dos animais persiste e direciona a inveja e ao egoísmo como uma espécie de anomalia e que faz a leitura da avareza e da discórdia um meio subsistente. Infelizmente onde o Deus reina o Demônio persiste. É como se quisesse separar a luz das trevas e as trevas da luz, tolas são as pessoas que acreditam que o mal depende apenas do ponto de vista, isso não quer dizer que este tipo de mal não exista, pelo ao contrário, é comum em nossa vida, porém através dele outros tipos de conceitos do mal ficam presentes.

Um exemplo de que o mal no sentido ontológico pode transformar em um mal de proporções bíblicas pode-se apontar o Tsunami provocado por um terremoto de magnitude 9.0, próximo à ilha de Sumatra, na Indonésia, movimentando as placas tectônicas abaixo do oceano Índico levando a uma oscilação do eixo da terra e encurtando os dias por frações de segundo. Os terremotos são comuns na Indonésia, também são coisas naturais e a natureza não se importa com que está ao seu redor, com que pensa ou acredita, ela simplesmente fala e age de acordo a linguagem do mundo, levando a devastação, morte e desolação.

Quando olhamos a natureza, vislumbramos tudo o que ela traz de bom, e numa visão poética filosofamos o que isso representa através da leitura da palavra e da arte, procurando decifrar seus enigmas e seu dialeto. E mesmo observando e aprendendo o papel do homem em frente à natureza não é nada agradável. Continuamos a provoca-la como um bando de analfabetos e ignorantes que somente enxerga o seu próprio umbigo.

Mesmo sendo seres transformadores achamos difícil nos tornarmos em um homem simples. E o que seria um homem simples? Um homem humilde? Pobre? Não complicado? Na verdade os conceitos de simplicidade estão intrínsecos em um mar de ignorância e em complicadas crenças do que seja a verdade.

Porém se o simples significar harmonia, coragem, amor incondicional, respeito, tolerância e paciência, então o simples não é tão fácil assim. Exige o poder e a vontade de transformar-se, dentro de uma individualidade e em meio a uma coletividade. O que é simples é harmônico e vivo e encanta com a sua magnitude.

Os mestres da humanidade eram homens simples e os transformamos em heróis difíceis de imitar. Colocamos-os em um altar impossível de almejar e designamos a estes mestres uma adoração digna de um Deus, esquecendo completamente que eram homens simples. Estes super-homens que idealizamos passaram a ser um exemplo que a leitura da palavra prefere exibir como troféu, fazendo com que muitos aceitem a palavra como a única verdade. Felizmente a humildade e o amor procedem do homem simples e é uma das formas como a linguagem do mundo se comunica

O Novo Milenio

Um ponto importante para consideração em futuros planejamentos, é que a Terra é um organismo vivo, exatamente como vocês e eu, e possui sua própria consciência. No futuro, ela desempenhará um papel crucial em nossa sobrevivência. Sem dúvida, ela está apreensiva sobre a capacidade potencial da humanidade para destruir sua soberania. Sua precedência na sobrevivência é grande, ou maior do que a nossa. Muitas vezes, nos últimos trinta e quatro anos, tenho advertido meus ouvintes de que o planeta ascenderá para a Quarta Dimensão, conosco ou sem nós. A escolha é nossa. Sem dúvida, sua soberania e segurança contra a insanidade do homem é um dado, pois sua destruição, com os subseqüentes resultados desastrosos para o resto da galáxia, poderia ser catastrófica.
A afirmação seguinte é, sem dúvida, a mais importante de todas. No Começo, no Agora, e no Fim, era e agora é, o Amor Incondicional. Ele é a suprema e não adulterada consciência e a essência do Criador. Aqueles que podem aceitar esta grande verdade sobreviverão pela eternidade, assim como Jesus.
No início, todos os pensamentos são amorfos, implorando a realização de que vocês são o arquiteto. Sejam cuidadosos e precisos em sua implementação. Não deixem pontas soltas; a instabilidade e o caos podem ser o resultado. Sejam generosos, criativos e corajosos em seus pensamentos. Mantenham o Amor, a Luz e o Equilíbrio como sua essência.

Até certo ponto, nós definimos algo do que pode ser esperado no futuro relativamente próximo, bem como as práticas que se realizam no Agora. Todavia, essas mudanças inovadoras todas contêm surpresas reformadoras do que está para vir. Estejam preparados.

Essas surpresas aplicam-se também igualmente àqueles que procuram nos cativar e controlar. É verdade que eles pareceriam ter um conhecimento e uma consciência de arcano maiores do que nós, as pessoas comuns e, é claro que eles tem um registro superior. Não obstante, eles também são vulneráveis e se tornarão cada vez mais, enquanto recuperamos nossa soberania e poder legítimos.

Em seu Handbook for the New Paradigm, George Green faz uma afirmação muito profunda. Parafraseando-o, diria que estamos tentando mudar o que está presente, em vez de desejar criar uma experiência inteiramente nova. Isso resume onde estamos atualmente e onde estivemos. Por nenhum esforço de imaginação fomos criativos, generosos ou suficientemente inovadores na conduta diária de nossa vida pessoal aqui na Terra. Fomos preguiçosos, relacionando as mudanças necessárias com a menor quantidade de esforço ou intento, escolhendo reformar ou modificar seu atual estado, em vez de buscar algo inteiramente novo. Ao seguir esses caminho complacente, nós posteriormente tornamo-nos vítimas, para grande alegria de nossos controladores.

Essa complacência, essa temeridade e falta de disposição para mudar as coisas que podemos mudar para a melhora do todo, é uma armadilha. No Agora e no Futuro, não podemos permitir que essas medíocres práticas e atitudes prevaleçam, pois quase certamente falharemos em nossa missão de vida e para a vida. Existe uma prece freqüentemente citada no mundo inteiro, que é, em alto grau, aplicável aqui:

"Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem, para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras."